sexta-feira, 1 de março de 2013

Isso que é presidente

O presidente do Uruguai chegando ao trabalho no seu fusca, em 2010.

José Alberto Mujica Cordano, conhecido popularmente como Pepe Mujica é um agricultor e político uruguaio, atual presidente da República Oriental do Uruguai, eleito em 2009.

Sem contas bancárias ou dívidas, sua vida simples não é mera figuração ou tentativa de construir uma imagem, seguindo orientações de um marqueteiro, mas faz parte de sua trajetória política de esquerda.

Já foi deputado, ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca e, durante a juventude, militou em atividades de guerrilha, como membro do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros. Mujica teve importante papel no combate à ditadura civil-militar no Uruguai e passou 14 anos na prisão, de onde só saiu no final da ditadura, em 1985

Mujica é casado com a também ex-militante Lucía Topolansky, sua companheira há quase 40 anos e recebe 12.500 dólares mensais por seu trabalho à frente do país, mas doa 90% de seu salário para ONGs e pessoas carentes. Mora em sua pequena fazenda nos arredores de Montevidéu e para ele o restante que sobra do seu salário (cerca de R$ 2.538,00 aproximadamente 970 €) é o suficiente para se manter.

“Este dinheiro me basta, e tem que bastar porque há outros uruguaios que vivem com bem menos”, diz o presidente.

Quando não está realizando trabalhos oficiais, o chefe de Estado anda sem motorista em seu automóvel e faz suas próprias compras no bairro, ao mesmo tempo em que é comum vê-lo comendo em restaurantes populares com seus colaboradores no entorno da sede do Governo, no centro de Montevidéu.

Como prometido antes da eleição, o presidente do Uruguai José Pepe Mujica ainda mora em sua pequena fazenda em Rincon del Cerro, nos arredores de Montevidéu, com sua esposa e a cadelinha de três patas do casal. “A casinha de teto de zinco é suficiente”, diz ele. “Que tipo de intimidade eu teria em casa, com três ou quatro empregadas que andam por aí o tempo todo? Você acha que isso é vida?”, questiona Mujica.

Nascido em Montevidéu, de classe média baixa, órfão de pai aos 9 anos, Mujica não se vê pobre e cita o filósofo romano Sêneca: “Pobre não é aquele que tem pouco. Pobre é quem necessita muito e deseja mais e mais”.




O mito do igualitarismo marxista

Me impressiono cada vez mais com as pessoas. Elas adoram opinar sobre tudo, e mais ainda, opinar sobre assuntos que não dominam nem o básico. O pior disso tudo é quando essas opiniões passam a ser compartilhadas por milhões, até bilhões de outras pessoas, até que o que era apenas uma idéia incorreta torna-se subitamente a mais pura verdade. Há muitas pessoas - ditos intelectuais até - que baseiam suas idéias política em um erro grotesco do que seria o socialismo marxista. Defendem o capitalismo porque supostamente o socialismo busca a homogeneidade, o igualitarismo em sua forma mais simples e "pura". Ou seja, para eles, o marxismo seria uma espécie de ditadura que impõe uma roupa igual a todos, casas iguais, produtos iguais, enfim, tudo igual mesmo, inclusive os salários. Daí ocorre uma supressão do individual em prol de uma coletividade homogênea. Surge então uma sociedade estagnada, nada criativa e bastante opressiva.

Agora eu me pergunto, de onde foi que tiraram isso? Dos escritos de Marx e Engels que não foi, já que nem na obra mais básica de todas, "O Manifesto do Partido Comunista", não há nada disso. Inclusive, eles dizem que no socialismo as pessoas devem ser remuneradas de acordo com sua habilidade e produtividade. Bom, nas experiências históricas também não. Já que os bolcheviques jamais igualaram salários de ninguém, um cientista de grande importância ganhava bem mais que um jardineiro mediano, assim como um operário como Stakhanov ganhava muito mais do que um diretor de fábrica mediano. É importante agora frisar uma idéia básica do marxismo: a igualdade, é a igualdade de classe. Ou seja, deve-se abolir a diferenciação entre donos dos meios de produção e trabalhadores que vendem sua força de trabalho. Em outras palavras, deve-se abolir as classes sociais pra que todos REALMENTE possam ter direitos iguais.

Não é hipócrisia socialista o fato de uma pessoa extremamente produtiva ser herói da nação e viver em um apartamento maior e mais bem localizado que um trabalhador que apenas cumpre suas metas. Não é crime uma pessoa querer buscar algo mais que as outras, querer inovar, querer revolucionar, querer crescer profissionalmente. Não é crime ganhar um salário maior que o outro, ter notas maiores que os outros, não é crime destacar-se na sociedade - senão Lênin seria o primeiro a ser condenado na URSS. A diferença básica entre os sistemas reside em alguns pontos listados a seguir:

*É crime ter direito a uma escola muito melhor que a dos outros;
*É crime ter acesso a um sistema de saúde mais eficiente que o dos outros;
*É crime ter privilégios sobre os outros por uma simples questão de nascimento - questão de classe;
*É crime explorar a força de trabalho alheia para seu próprio enriquecimento;
*É crime enriquecer sem prestar a devida conta à sociedade - ou seja, sem ser produtivo;

Isto é uma simplificação, obviamente há tantas outras diferenças, mas o ponto é demolir este mito do igualiarismo marxista. O marxismo reconhece a importância do indivíduo, sempre reconheceu, porém este indivíduo não deve esquecer que pertence a uma sociedade e que há outros indíviduos que merecem seu respeito. Somos um ser social. E dependemos da coletividade para sobreviver. É inadimissível a exploração do homem pelo homem, é inadimissível o privilégio que os meios de produção oferecem aos capitalistas, é inadimíssivel que se considere iguais em direitos e deveres, pessoas que não nasceram e não usufruem das mesmas condições. Como um favelado pode ser igualado em direitos com um magnata da imprensa? Ele não tem acesso a nada, passa fome, freqüenta escolas caindo aos pedaços, isto quando não leva tiro da polícia e morre aos 20 anos. É muito fácil falar, plim! Vocês são iguais. Mas há realmente base para a igualdade de direitos dentro do regime capitalista? Ele não mantém os mesmos privilégios de classe que, por exemplo, a sociedade feudal? É apenas um pouco mais maquiado e um pouco mais aberto para a ascensão de classes, mas isto não o torna democrático.

Quando se abole as classes, quando se provide educação de qualidade e de graça, além de um ambiente saudável e pouco violento a toda uma população, você elimina a problemática dos privilégios quase que por inteira. Aí sim é possível ter igualdade de direitos e democracia. A burguesia revolucionou o mundo com sua lógica, deu os primeiros passos de uma sociedade democrática, mas esta revolução já tornou-se obsoleta, reacionária. É necessário a superação do capitalismo para que a igualdade, a fraternidade e a libedade venham realmente entrar em cena à toda a população humana, e não a uma minoria privilegiada.

É completamente errado apelar a este espírito igualitarista do marxismo para atacá-lo, demonizá-lo. É preciso analisar melhor o que se passou na União Soviética marxista-leninista (já que na revisionista foi bem diferente e, neste sentido devo dizer que talvez a base de toda essa déia resida no revisionismo soviético, já que aí sim, havia uma busca pela igualdade indistinta de salários) antes de sair esboçando críticas pouco concretas e por demais idealistas, ou melhor, ideológicas. A própria idéia leninista, que coloca um Partido como vanguarda classe operária rejeita esta homogeneidade social. É uma idéia simples de que os mais capazes, que os dotados de mais recursos, devem guiar os desamparados à vitória contra seus opressores, caso contrário, dificilmente sairiam da situação de explorados e alienados. Isto supõe uma diferenciação entre os indivíduos, mas esta diferenciação não justifica a dominação, pois ela é, em muitos sentidos, fruto desta dominação. Porque um operário não teria a mesma capacidade de Lênin? Pois Lênin teve acesso a tudo que havia de mais evoluído na sociedade da época, enquanto o operário mal fora alfabetizado, além de viver na penúria, na fome, na violência.

Ao contrário do que aquele e-mail direitista que rola na internet, a sociedade não dá as mesmas condições às pessoas do mesmo jeito que uma universidade em particular dá aos seus alunos (de uma maneira ideal, excluindo qualquer diferença de classe, qualquer manifestação de preconceito, qualquer problema individual). O aluno A e o aluno B receberam a mesma bibliografia do professor, têm o mesmo professor, ficam na mesma sala de aula, têm a mesma biblioteca para poder estudar, entre outras coisas. Mas o A tirou 5 e o B tirou 10 na prova. E aí? Isto prova que indivíduos são diferentes. Mas e se, nessa universidade, o estudante B tivesse acesso a um professor melhor, a livros melhores, a ambientes melhores, que o estudante A? Será que a nota do B não seria inluenciada por seus privilégios? Será que o estudante A não está sendo injustiçado?

Enfim, esta idéia das notas é bem tosca e cheia de furos, além de bastante simplista. Tentei usá-la apenas para fins didáticos. O fato é que um comunista marxista jamais pensou em igualar todo mundo e transformar a sociedade em algo homogêneo. A idéia é igualar as oportunidades, é igualar em direitos, é abolir este privilégio ambulante chamado de classe social, é a justiça social plena. Em que cada um seja remunerado por sua contribuição social, sua produtividade, sua habilidade. E que as pessoas sejam vistas como pessoas mesmo, e não como mercadorias e simples objetos que devem ser usados para se enriquecer, para se buscar a fama e para satisfazer a ganância e o ego.

O mito do igualitarismo marxista não passa disto, de um mito. A igualdade é a igualdade de classes. Sem classes, sem privilégios. Sem privilégios, surge a verdadeira democracia.

*Nota de complemento: Com este post, não quero dizer que havia ricos e pobres na URSS bolchevique - como pode ser interpretado quando eu falei que trabalhadores destacados receberiam mais do que os que apenas cumpriam as metas. A diferença nunca chegava a ser avassaladora como nos regimes capitalistas. Um revolucionário da produção industrial como Stakhanov - sempre uso seu exemplo, pois ele se tornou o "trabalhador modelo" de sua época - receberia aumentos salariais, incentivos materiais, mas ele não ganharia milhões de rublos. Talvez poderia alcançar uma diferença de 3, 4 vezes o salário mediano, jamais 100 vez - e acima até - como ocorre no desigual capitalismo. Até porque o maior incentivo aos trabalhadores vinha da Emulação Socialista, e não de incentivos puramente materiais - o que muda bastante com a vitória do revisionismo kruschovista.

Vale ressaltar que a Emulação Socialista não é puramente bobeira ideológica do regime, ela teve papel fundamental no crescimento gigantesco da URSS dos anos 30, 40 e 50. Inclusive, o Museu da Emulação Socialista de Moscou passou a receber cada vez mais visitas de empresários capitalistas em busca de alternativas para o aumento da produção de suas empresas, alternativas que não apelassem ao puro e simples aumento do estímulo material. Os maiores freqüentadores do Museu foram japoneses, que logo conheceriam seu "boom" econômico.

Recomendo a todos a entrevista com o ex-Comissário do Povo para a Agricultura, Ivan Aleksandrovich Benediktov - disponível em português no site "Para a História do Socialismo" http://hist-socialismo.blogs.sapo.pt/ - a qual ele explica um pouco da diferença das políticas trabalhistas bolcheviques para as políticas trabalhistas do revisionismo kruschovista. Além de salientar a forte presença japonesa nos salões do Museu da Emulação Socialista de Moscou.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Ateísmo, pedra angular do marxismo


“Então vocês ainda precisam de um Deus e do seu paraíso para serem felizes? Não podem construir com as próprias mãos a felicidade na terra?”



Assim começa a fala do operário Etienne, na obra Germinal, de Émile Zola. Um comunista convicto, Etienne tenta conscientizar seus colegas de trabalho sobre a importância da construção do “paraíso terrestre” dos operários, mas é praticamente ignorado com as ilusões religiosas a ele apresentadas. Isso demonstra a inércia, e ao mesmo tempo, a descrença no comunismo que a religião pode causar.

O marxismo é, antes de tudo, um movimento ateísta e antirreligioso. Não por razões de ódio ou de crítica a Deus, mas da importância de um secularismo para a construção da consciência operária e do Estado socialista.

Um dos trechos de Marx mais citados é o famoso “a religião é o ópio do povo”, presente no livro Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, de 1843. Essa frase, antes de tudo, é apresentada mais como uma crítica ao pensamento de que o homem deve girar em torno da religião, e da ideia propagada de que a religião deve ser o local de procura do homem às explicações. Seguem os trechos:



“O sofrimento religioso é, de uma e de todas as vezes, a expressão do sofrimento real e um protesto contra o sofrimento real. Religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, e alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.

A abolição da religião como a felicidade ilusória do povo é a demanda por sua real felicidade”.



Assim, Marx pretende afirmar que a real felicidade do homem só poderá ser alcançada com a ausência da religião, um processo opressor da consciência humana. E é justamente este ponto que Etienne compreende, como todo marxista.

A religião, antes de tudo, é a maior influenciadora na descrença no comunismo. Com promessas tentadoras baseadas em metáforas e eventos incríveis, a religião pretende “prometer” e apresentar ao operário a tentadora mercadoria do paraíso eterno, pautada na ideia do sofrimento terrestre como “teste temporário” para se alcançar a alegria no Reino dos Céus. Assim como apontam vários sociólogos, a religião é um agente social que pretende apresentar a imagem enganadora, pois a desolação dos proletários pode ser facilmente acalmada, já que estão ocupados demais ao trabalhar para os demais. Segue o que foi dito por Lenine em 1905, em Novaya Zhizn:



“A religião é uma das formas de opressão espiritual que em todo lugar oprime fortemente as massas populares, muito sobrecarregadas pelo seu perpétuo trabalho pelos outros, por miséria e isolação. A impotência da classe explorada em sua luta contra os exploradores inevitavelmente dá luz à crença numa vida melhor após a morte assim como a impotência do selvagem em sua batalha contra a natureza dá luz à crença em deuses, demônios, milagres, e semelhantes.”



Neste ponto, já podemos compreender que a questão do ateísmo marxista repousa mais na ideia de religião do que de Deus em si, apesar de uma crítica à religião já se assemelha a critica à ideia de Deus, numa perspectiva social. Essa perspectiva social também pode ser trabalhada no burguês, ao crer que, com a religião, pode justificar a exploração de seus funcionários com atos de caridade e doações esporádicas, um dos pilares para a salvação. A caridade religiosa é, antes de tudo, uma legitimação da exploração do proletariado pelo burguês e a aceitação da desigualdade social, perdoada a um preço barato e benéfico para a burguesia. De acordo com Lenine:



“Aqueles que labutam e vivem em miséria durante toda sua vida são ensinados pela religião a serem submissos e pacientes enquanto na terra, e para terem conforto na esperança de uma recompensa celestial. Mas aqueles que vivem do trabalho dos outros são ensinados pela religião a praticar a caridade enquanto na terra, por conseguinte oferecendo a eles uma maneira barata de justificar toda a sua existência como exploradores e vendendo a eles por preço moderado passagens para o bem-estar no céu.”



O ateísmo e a defesa da ideia de um ópio do povo são a pedra angular do marxismo, pois o Estado deve desconstruir a religião para levar os operários a acreditarem em sua força social. Sem a dependência religiosa, o proletariado pode tomar consciência de sua importância e modificar o ambiente de exploração em que vive.

Agora, não pretendo me prender no ateísmo marxista-leninista, e peço que se aprofundem muito neste tema. Mostraremos, a partir de então, como um Estado marxista deve proceder para eliminar a religião do povo e construir a moral proletária como preenchimento desse aspecto.

Durante longos períodos, a Igreja foi o órgão que mais ditou as ordens da sociedade e da política. Na Europa, por séculos a Igreja foi a força legitimadora das desigualdades e da exploração das pessoas, em especial a servidão. O secularismo foi o primeiro passo para a exaltação da preferência pelo homem, onde ele passa a ser seu próprio Sol. A Revolução Francesa começou essa tendência que se espalharia pela Europa na queda das monarquias.

Já na Rússia, desde o século X a Igreja Ortodoxa era a maior força religiosa, seguida pelos evangélicos. Seus ideais de introspecção reforçaram a perca do senso de comunidade e do individualismo, o que não permitiu a união dos trabalhadores até a chegada das ideias marxistas. A propagação das ideias marxistas permitiu que a cultura religiosa fosse suplantada por uma cultura proletária imediatamente após a Revolução de Outubro, O Estado Soviético, assim como qualquer marxista, teve que seguir o caminho de um ateísmo de Estado, buscando eliminar um parasita muito disseminado no mundo, a religião.

De acordo com o historiador Nikolai Dejevsky, “em 1921 mais de metade dos mosteiros da Rússia estava fechada, um número incalculável de igrejas tinha sido destruído ou transformado em prédios seculares”. Numa ação rápida, a União Soviética conseguiu poupar dinheiro com obras, necessário para a época, com a substituição de igrejas por prédios seculares como clubes sociais, cinemas, mercados e até silos de grãos. Isso permitiu que com os próprios componentes da religião ela pudesse ser eliminada.

Baseados no pensamento de Marx e Lenine, os soviéticos também se utilizaram de armas da própria religião para acabar com ela e valorizar o proletariado. Um dos melhores exemplos dessa política é o “batismo soviético”, que de acordo com Dejevsky tinha o objetivo de juramento de fidelidade ao regime, e da dedicação e estudo da teoria comunista.

Outros Estados seguiram essa tendência, como a Albânia, a China, o Camboja e o Afeganistão. Por isso o ateísmo de Estado é tão importante para o marxismo, promovendo uma ação a favor do próprio proletariado. A religião só promove a inércia e a aceitação passiva das atuais condições de exploração, numa teoria de libertação a partir de atos fracos e calados, e abandono da ideia de revolução com a crença no mundo superior.

Ao aniquilar a religião, o proletariado estará ajudando a si mesmo. O ateísmo no marxismo permite a libertação da atitude contrarrevolucionária, e qualquer aliança com movimentos religiosos de qualquer tipo se apresenta como uma desfiguração completa do marxismo.

Portanto, podemos dizer que é um processo de “desintoxicação social”, uma tentativa de eliminar o ópio do povo, um dever do socialismo. Todo Estado socialista deve obter essa política social, levando à população a confiança em seu próprio poder, em sua força social modificadora das estruturas e das explorações.

Esse também é um passo que outrossim devemos levar como principal no comunismo, pois a militância ateísta é tão importante quanto a comunista. A abolição de crenças leva à libertação proletária. Como disse uma operária do mesmo livro citado no início deste texto: “Quando a justiça está do meu lado, luto até morrer. Que diabo! Nós também temos direito a um pouco de bem-estar!”.

Cidade socialista na espanha é imune a crise


A única cidade espanhola que não está em crise é uma cidade socialista: chama-se Marinaleda, cidade da Província de Sevilla, região de Andalucia, no sul da Espanha, é um oásis de prosperidade e tranquilidade em meio à dramática crise que acontece no resto do país. A situação de Marinaleda, socialista, contrasta com o resto da Espanha, capitalista, mostrando claramente à superioridade do sistema socialista.

Há 33 anos (desde 1979) a cidade é governada por um prefeito comunista que tem sido re-eleito sucessivamente, é o prefeito mais antigo da Espanha e também foi o prefeito mais jovem do país quando foi eleito pela primeira vez. Seu nome é Juan Manuel Sánchez Gordillo (homem que está na foto da publicação).

Em Marinaleda o desemprego é entre 0% e 4%, num país onde o índice de desemprego supera os 25%. A criminalidade da cidade socialiista espanhola é nula, tanto que sequer existe policia na cidade, não precisam disso. A prefeitura também jamais teve que aplicar uma multa sequer (desde que o prefeito comunista assumiu o cargo). As decisões da prefeitura são tomadas em assembleias populares. E a especulação imobiliária não existe. Enquanto que no resto da Espanha a hipoteca de uma casa custa em media 1000 euros ao mês, em Marinaleda sai por 15 euros ao mês. Na cidade, o prefeito ganha o mesmo salario que o resto dos trabalhadores da cidade. Marinaleda mostra o contraste entre uma cidade próspera, governada pelo sistema socialista, e um país neoliberal decadente e em crise, com pessoas endividadas, com altos índices de desemprego e gente sendo retirada das suas casas porque sequer tem como pagar a hipoteca. Se na cidade estão bem apesar da crise no resto do país, imagina então se o país não estivesse em crise.

Em Marinaleda, o prefeito substituiu a foto do rei da Espanha (que habitualmente decora os gabinetes de prefeitos pelo país afora) pelo retrato de Che Guevara, o ídolo do prefeito. O prefeito também participa das ocupações de terras ociosas e faz greve junto com os demais trabalhadores, além de já ter invadido bancos e até o palácio do governo. O prefeito comprou uma assinatura da TV a pago e a distribuiu para todos os habitantes da cidade porque entende que a cultura e informação deve ser gratuita e acessível à todos.

Houve uma época em que o prefeito de Gordillo ocupou com os demais habitantes as terras de um latifúndio durante 12 anos até expulsar o latifundiário da cidade. O latifúndio então foi entregue aos trabalhadores para uso coletivo.

Cuba vs. Estados Unidos - Dados comparativos


Os dados que vocês vão ver, estão hospedados no site oficial da CIA (citado mais abaixo) e são dados oficiais, além de reconhecidos pelos estados citados e pela assembléia da ONU. São dados comparativos para tomarmos nossas decisões ideológicas sem depender de uma "formadora de opinião", sendo os dados livres de manipulações. Peço que prestem bem a atenção e apreciem com senso crítico e à cima de tudo, tenham calma ao criticarem os dados ou as políticas socioeconômicas apresentadas, para não ofenderem outras opiniões. Boa leitura!



Estados Unidos:

Taxa de crescimento populacional: 0,899% (2011 est.)

Taxa de nascimento: 13,68 nascimentos/1.000 habitantes (2011 est.)

Taxa de mortalidade: 8,39 mortes/1.000 habitantes (July 2011 est.)

Taxa de mortalidade infantil: total: 5,98 mortes/1.000 nascimentos 
homens: 6,64 mortes/1.000 nascimentos 
mulheres: 5,3 mortes/1.000 nascimentos (2011 est.)

Expectativa de vida no nascimento: população total: 78,49 anos 
homens: 76,05 anos 
mulheres: 81,05 anos (2011 est.)

VIH/SIDA - taxa de incidência da população adulta: 0,6% (2009 est.)

VIH/SIDA - habitantes infectados com VIH/SIDA: 1.2 million (2009 est.)

VIH/SIDA - mortes: 17.000 (2009 est.)

Taxa de alfabetização: população total: 99% 
homens: 99% 
mulheres: 99% (2003 est.)

Taxa de mortalidade materna: 24 óbitos / cem mil nascidos vivos (2008)

Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: 1,3% (2002)

Gasto com saúde: 16,2% do PIB (2009)

Densidade de médicos: 2,672 médicos / 1.000 habitantes (2004)

Leitos hospitalares per capita: 3,1 leitos / 1.000 habitantes (2008)

Obesidade - taxa de incidência da população adulta: 33,9% (2006)

Produto Interno Bruto (PIB) - Taxa de Crescimento Real: 1,5% (2011 est.) 
3% (2010 est.) 
-3,5% (2009 est.)

Força laboral: 153,6 milhões 

Taxa de desemprego: 9% (2011 est.) 
9,6% (2010 est.)

Taxa de desemprego juvenil: população total (15-24 anos de idade): 17,6% 
homens: 20,1% 
mulheres: 14,9% (2009)

População abaixo do nível de pobreza: 15,1% (2010 est.)

Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 2% 
10% mais rico: 30% (2007 est.)

Taxa de inflação (preços ao consumidor): 3% (2011 est.) 

Taxa de crescimento da produção industrial: 4,1% (2011 est.)

Orçamento militar - porcentagem do PIB: 4.06% em GDP (2005 est.)



Cuba:

Taxa de crescimento populacional: -0,115% (2011 est.)

Taxa de nascimento: 9,96 nascimentos/1.000 habitantes (2011 est.)

Taxa de mortalidade: 7,52 mortes/1.000 habitantes (July 2011 est.)

Taxa de mortalidade infantil: total: 4,83 mortes/1.000 nascimentos 
homens: 5,19 mortes/1.000 nascimentos 
mulheres: 4,45 mortes/1.000 nascimentos (2011 est.)

Expectativa de vida: população total: 77,87 anos 
homens: 75,61 anos 
mulheres: 80,27 anos (2011 est.)

VIH/SIDA - taxa de incidência da população adulta: 0,1% (2009 est.)

VIH/SIDA - habitantes infectados com VIH/SIDA: 7.100 (2009 est.)

VIH/SIDA – Mortes: 100 (2009 est.)

Taxa de alfabetização: população total: 99,8% 
homens: 99,8% 
mulheres: 99,8% (2002 est.)

Taxa de mortalidade materna: 53 óbitos / cem mil nascidos vivos (2008)

Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: 3,9% (2000)

Gasto com saúde: 11,8% do PIB (2009)

Densidade de médicos: 6,399 médicos / 1.000 habitantes (2007)

Leitos hospitalares per capita: 5,9 leitos / 1.000 habitantes (2009)

Obesidade - taxa de incidência da população adulta: 11,8% (2002)

Produto Interno Bruto (PIB) - Taxa de Crescimento Real: 1,5% (2010 est.) 
1,4% (2009 est.) 
4,1% (2008 est.)

Força laboral: 5,3 milhões 

Taxa de desemprego: 1,4% (2011 est.) 
1,6% (2010 est.)

Taxa de desemprego juvenil: população total (15-24 anos de idade): 3,1% 
homens: 2,8% 
mulheres: 3,5% (2008)

População abaixo do nível de pobreza: Não há pessoas abaixo da linha da pobreza em Cuba (%) - (2010)

Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: Todas as famílias de Cuba consomem igualitariamente (%) 
10% mais rico: Não há diferenças de classe em Cuba, portanto todos consomem a mesma quantidade (%)

Taxa de inflação (preços ao consumidor): 2,9% (2010 est.)

Taxa de crescimento da produção industrial: 3,2% (2011 est.)

Orçamento militar - porcentagem do PIB: 3.8% em GDP (2006 est.)




Fontes: CIA World Factbook - A menos que indicado de outra maneira, todas as informações estão nessa página, perto do dia 1º de Janeiro de 2011 (ou entre as datas que foram anunciadas as pesquisas, indicadas em frente aos dados).