sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ucrânia -Duas décadas após a desintegração da URSS

Neste texto, Denis Netcheporuk, depois de fazer um retrato comparativo da Ucrânia de antes da derrota do socialismo com os dias de hoje, conclui: “Todas as reformas de mercado confluíram para o mesmo fim: a privatização da propriedade social, a destruição das empresas colectivas e a implantação sucessiva de um regime liberal ao serviço dos grandes proprietários. Infelizmente, tudo foi feito para proporcionar a prosperidade de uma minoria e a pauperização da maioria”.

Denis Netcheporuk* - 15.12.09

No momento da criminosa desintegração da URSS, consumada em 1991, a Ucrânia estava entre os dez países mais desenvolvidos do mundo. Isto, aliás, é reconhecido até pelos próprios nacionalistas burgueses.

As prestações sociais eram extraordinárias, mas por vezes as pessoas não as valorizavam. A Educação era gratuita e havia um sistema de saúde pública de qualidade e, sobretudo, integralmente gratuito. Segundo os objectivos traçados pelo Partido, no ano 2000 todos deveriam receber gratuitamente uma habitação independente.

Os preços dos principais produtos alimentares, os aluguéis de casa, os transportes, entre outros, não sofriam alteração há mais de 50 anos. Os serviços comunais, as tarifas do gás e da electricidade custavam kopeques [centésimos de rublo]. As pessoas consumiam produtos naturais. Só quem vivia fora da URSS sabia o que era o desemprego, a inflação, os sem-abrigo, os despedimentos compulsivos, as falências de bancos e a perda das poupanças, os créditos a juros de 30 por cento, etc..

Para a geração actual isto é pura ficção científica. Em 2009 não conseguem sequer imaginar que tal possa ser possível.

Retrocesso inaudito

Éramos 52 milhões de habitantes. Tínhamos não só armamento nuclear (o terceiro maior arsenal do mundo depois da Rússia e dos EUA), mas também um exército com um milhão de efectivos, capaz de defender a população e destruir qualquer inimigo. O país desenvolvia-se. Nós orgulhávamo-nos do nosso Estado. Mas, de modo inconcebível, em apenas 20 anos, o equivalente a quatro planos quinquenais soviéticos, transformaram-nos num dos países mais atrasados não só da Europa como do mundo. Um dos mais atrasados e desamparados segundo todos os indicadores. Parece irreal, mas a traição e o capitalismo fizeram a sua obra.

Tudo começou com a realização das reformas de mercado e a substituição do regime socialista pelo capitalismo. Este processo foi iniciado por Gorbatchov. Depois da dissolução da URSS, o capitalismo selvagem começou a ser implantado em cada país que a integrava pelos antigos ideólogos do comunismo, que, entretanto, trocaram a foice e o martelo pelo dólar. No nosso país, isto foi feito por Kravtchuk, na Rússia foi Iéltsine, na Geórgia, Chevardnádze, etc..

Confiança defraudada

A verdade é que na altura, em inícios dos anos 90, as pessoas ainda confiavam nos governantes. Cada cidadão sabia que os dirigentes do país, os deputados, o Partido, os funcionários deviam por definição trabalhar e trabalhavam em prol do bem-estar do povo e do Estado. Todavia, infelizmente, não tiveram em conta um pormenor importante: no poder tinham-se instalado os chamados democratas-patriotas da fornada europeísta, cujo único objectivo era o lucro e a obtenção de dinheiro à custa dos simples mortais.

Todas as reformas de mercado confluíram para o mesmo fim: a privatização da propriedade social, a destruição das empresas colectivas e a implantação sucessiva de um regime liberal ao serviço dos grandes proprietários. Infelizmente tudo foi feito para proporcionar a prosperidade de uma minoria e a pauperização da maioria.

Todas as desgraças do nosso país são obra de Kravtchuk, de Kutchma, Iuchenko e de todos aqueles que estiveram no poder nos últimos 20 anos. É preciso compreender que ninguém perguntou ao povo se queria ou não mudar para a via capitalista. Tudo foi feito às escondidas, sob a capa de um pretenso amor pela Ucrânia e pela nação, sob o pretexto da democracia e do humanismo europeu.


Os ricos, mais ricos…

Em resultado da contra-revolução capitalista, o povo ucraniano perdeu o poder e o controlo sobre tudo o que se passa no país. Hoje, a minoria governa a maioria. Cinquenta pessoas detêm um terço do Produto Interno Bruto. Os ricos tornam-se mais ricos, os pobres mais pobres.

Pela frente temos a crise económica-financeira. Os capitalistas tentam sair dela à custa da gente simples. O governo de Timochenko endividou todo o povo. O poder «laranja» continua a dedicar-se unicamente à venda de empresas e à contracção de novos créditos. Ainda por cima faz de tal política um mérito seu.

O actual presidente sublinha constantemente que se dirige a uma única nacionalidade da Ucrânia. Poderia parecer que isto é reflexo do grande amor de Iuchenko pelos ucranianos. Mas a verdade é que, em cada dia que passa, com esta equipa de «pseudo-patriotas» no poder, os dirigidos estão a tornar-se cada vez menos. Isto aplica-se também às pessoas que pertencem às chamadas «nacionalidades estrangeiras»… Em geral, todos estão a morrer e a sofrer na Ucrânia.

Números da vergonha


Por mais triste que seja temos de constatar que a composição da «nação» de que eles falam é a seguinte. Restam ao todo na Ucrânia cerca de 46 milhões de pessoas, dos quais:

• cerca de dez milhões de ucranianos vivem abaixo do limiar da pobreza;

• mais de três milhões estão desempregados;

• cerca de 1,5 milhões passam fome;

• cerca de dez milhões de reformados recebem a pensão mínima;

• cerca de 190 mil ucranianos adoecem anualmente de cancro, morrendo

900 em cada 1500 pacientes;

• cerca de 700 mil pessoas sofrem de tuberculose, segundo dados

estatísticos do Ministério da Saúde da Ucrânia;

• 440 mil pessoas estão infectadas com o vírus da AIDS;

• cerca de 150 mil pessoas estão na prisão;

• cerca de 900 mil pessoas sofrem de alcoolismo crônico;

• cerca de 500 mil toxicodependentes estão registados oficialmente, segundo dados do Ministério do Interior;

• quase 200 mil crianças vivem na rua;

• cerca de um milhão de pessoas não têm abrigo;



Se a isto acrescentarmos ainda o ressurgimento do analfabetismo e a
degradação moral da juventude, o quadro torna-se muito triste.

É preciso sublinhar que aqueles que conduziram e continuam a conduzir as reformas de mercado capitalistas devem ser responsabilizados por todas estas desgraças. São os partidos de direita, são os políticos liberais. Eles estão hoje no poder. Não existem diferenças entre eles. Os capitalistas são os mesmos independentemente da máscara. Tendo em conta tudo o que atrás foi dito, cada cidadão deve colocar a si próprio ascorrespondentes perguntas e, sobretudo, esforçar-se por encontrar as respostas lógicas, designadamente à seguinte questão: por que é que em dada altura votou a favor dos milionários e continuará a fazê-lo no futuro? 



Publicado no jornal Komunist (06.11), órgão do Partido Comunista da
Ucrânia

Disponível em russo em:
http://www.komunist.com.ua/article/27/10381.htm
Tradução, título e subtítulos da responsabilidade da Redacção do Avante!

* Colaborador de Komunist, órgão do Partido Comunista da Ucrânia

Este texto foi publicado no Avante nº 1.880 de 10 de Dezembro de 2009
As informações divulgadas por este autor podem ser confirmadas por dados estatísticos de diversos órgãos insuspeitos de qualquer partidarismo, desde os quais a própria Organização das Nações Unidas.

AS MENTIRAS QUE ELES CONTAM!

Ola, camaradas, hoje estou aqui para falar da hipocrisia de alguns candidatos veja a seguir um exemplo total da mentira que eles nos contam:

-De Lula sobre o Bolsa Família: antes e depois.


Como vocês podem ver o Lula de 2009 apoia, mas o Lula de 2002 era contrario, o que o poder não faz com uma pessoa.
Mas não estou falando que o bolsa família é ruim, mas olhe a diferença do discurso, e talvez vocês não votem sempre naqueles idiotas.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Os Direitos Humanos em Cuba. Fatos, Não Palavras! (Legendado)


Vamos comparar!!!


Demoniocracia do Capetalismo


- Heitor Reis -


O autor levanta e analisa a seguinte dúvida: estamos vivenciando um regime democrático no Brasil? 
 O que é Democracia?
                Estamos vivenciando um regime democrático no Brasil?

                Uma das coisas mais curiosas é o tal do "óbvio".
                Ao que parece, desde que a coisa se enquadre
                nesta definição, torna-se um caso superado
                e não se fala mais nisto.

                Convoco todos para nos aproximarmos
                um pouco mais de tal peculiar figura
                e observarmos o quanto o temos desprezado.

                Partindo do princípio que as coisas simples
                é que são belas, compreensíveis e factíveis,
                apresento como barro para a olaria,
                minha visão do tema, na esperança de que possamos
                juntos modelá-lo.

                Um cascalho sem brilho, para lapidarmos.
                Considero estes conceitos como os mais importantes
                para nos permitir sonhar juntos um ideal,
                por mais utópico que seja.
                Quem sabe conseguiremos aparar nossas arestas,
                comungando então de um propósito comum?
 

                Comparo os conceitos fundamentais da Democracia
                com nossa realidade tupiniquim:
 

                1. Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido
                O simples fato de haver eleições,
               não implica fatalmente em que haja uma Democracia.

                É fundamental examinarmos a qualidade
                do livre exercício do direito do voto.

                O poder no Brasil (e na quase totalidade do planeta)
                emana do investimento feito
                pela burguesia/plutocracia (*) no processo eleitoral,
                assegurando a esta minoria
                a multiplicação do valor de seus votos,
                através de um número de políticos mercenários,
                suficiente  para dominar sobre o proletariado,
                em nome da qual o poder é, de fato, exercido.

                Basta perguntar às pessoas simples que conhecemos
                se elas se sentem emanando poder de tal forma
                que o Estado o exerça em seu nome.
 

               Tudo isto infringindo a própria Constituição, que reza:
               Capítulo IV - Dos Direitos Políticos
               Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
               voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
               mediante:

               § 9º - Lei complementar estabelecera' outros casos de inelegibilidade e
               os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa,
               a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa
               do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a
               influencia do poder econômico ou o abuso do exercício de função,
               cargo ou emprego na administração direta ou indireta...
 

               Desta forma, somente teremos eleições verdadeiramente livres
               e legítimas quando for vetada à elite o direito de financiar
               a campanha de candidatos, coisa impossível à classe operária,
               fazendo assim, com que ambas sejam iguais perante à lei.
 

                2. Todos são iguais perante a lei.
                No Brasil (idem) somente os ricos são iguais perante a lei,
                tendo sua fortuna para financiar políticos,
                pagar advogados, usufruir de inúmeras instâncias
                para recorrer das decisões anteriores dos juizes,
                bem como para propinas que
                visem adiantar ou retardar o andamento do processo,
                conforme seja o seu interesse.
                "Cadeia é somente para preto, pobre e prostituta"
                se tornou provérbio na sabedoria popular.

               Estes dois são os aspectos absolutos
               para que se germine uma Democracia.
               Sem eles, teremos apenas as mais variadas colorações
               de despotismo, opressão e demagogia.
               Os que abaixo se seguem seriam,
               nada mais, nada menos,
               que uma conseqüência natural dos primeiros.
               Ou, não teriam sentido, caso existissem sem aqueles.
 

                3. Há liberdade de expressão do pensamento.
                Ao nível individual isto ocorre, mas a mídia
                é altamente influenciada por sua dependência de
                propaganda (e financiamento) governamental e
                das empresas particulares,
                motivo pelo qual procura agradar prioritariamente
                a estes seus clientes/patrões,
                e, concomitantemente, atrair aos telespectadores,
                ouvintes e leitores para as quinquilharias anunciadas.
 

                4. Há liberdade de locomoção (direito de ir e vir).
                Nada percebo que limite esta condição por aqui,
                com conotações eminentemente políticas.

                No entanto, os deficientes físicos necessitam
                que os consideremos, ao projetarmos vias
                e edifícios públicos, bem como residências particulares.

                O pagamento do elevado valor dos pedágios
                em rodovias privatizadas tem também contribuído
                para restringir esta condição,
                já sofrível pela baixa qualidade das pistas de tráfego.
 

                5. Há liberdade para agremiação politíco-partidária.
                Também não temos problemas nesta área.
                Bem, a não ser pelo fato de que,
                quem detém o podre poder econômico,
                dispõe de condições altamente superiores
                à da classe que exploram, para se organizar politicamente
                e perpetuar a dominação sobre ela.
 

                6. Ninguém é preso arbitrariamente ou condenado
                    sem o livre direito de defesa.

                Há um número preocupante de distorções,
                como prisões por engano,
                e manutenção do condenado por mais
                tempo que estipulado na pena.

                As condições das penitenciárias ferem
                abundantemente as normas mínimas
                de higiene, conforto, segurança e a
                possibilidade de reeducação do infrator da lei.

                Os ricos tem direito (desde que paguem por isso
                aos funcionários públicos responsáveis pelos
                estabelecimentos carcerários ou delegacias)
                a  tratamento cinco estrelas, enquanto os
                pobres são amontoados como sardinhas
                em celas fedorentas e abafadas.
 

                7. Ninguém é torturado ou assassinado pelo Estado.
                É comum a tortura nas cadeias,
                delegacias e penitenciárias,
                bem como somos um dos países
                em que o Estado mais mata.

                Contudo, desconhecemos que tais expedientes
                sejam aplicados democraticamente,
                incluindo também a classe dominante em seus alvos.

                http://www.epoca.com.br/nd/br240699.htm
                            >>> Relatório aponta prática sistemática
                                   de tortura nas prisões brasileiras.
                                   A Anistia Internacional divulgou dia
                                   23/06/99, em São Paulo, um relatório
                                   de 79 páginas sobre a violação de
                                   direitos humanos contra detentos nas
                                   penitenciárias brasileiras.
                                   O documento critica a superlotação e a
                                   falta de assistência médica e judiciária
                                   aos presos. Aponta também a prática
                                   sistemática de tortura institucionalizada
                                   em prisões e delegacias. <<<
 

                8. Justa distribuição da riqueza nacional.
                Somos um dos países mais atrasados do mundo
                nesta área, onde continua gradativamente
                a concentração nas mãos de uma minoria.

                Se houvesse realmente democracia,
                seria  realizada a vontade do povo:
                trabalho, educação, saúde, lazer e
                planejamento familiar (gerando somente
                aqueles que a sociedade tem condições
                de transformar em cidadãos),
                uma utopia para a maioria dos brasileiros.
 

                CONCLUSÃO
                Mesmo estando em um Estado Democrático de Direito,
                estamos há outros 500 anos de distância
                de um Estado Democrático DE FATO.

                Estamos em uma Ditadura Civil Plutocrática, a qual,
                nada mais é que a Ditadura Militar Plutocrática
                travestida e maquiada sob alguns poucos
                e irrelevantes aspectos democráticos.

                O fundamental, que é o governo
                do povo,
                para o povo e
                pelo povo,
                fica sempre maquiavelicamente negligenciado.

                Saímos do domínio do poder das baionetas
                e permanecemos ainda debaixo
                do poder econômico que o patrocinou.

                O pior de tudo é que, mesmo a apopléxica esquerda
                brasileira ainda não descobriu isto.
                A começar pela forma autocrática como dirige
                seus partidos.

                E, ainda por cima, chama carinhosamente
                a Ditadura Civil Plutocrática de Neo-Liberalismo,
                Democracia Impopular, Democracia Burguesa,
                Democracia Elitista, etc.
 

               (*)   "Plutocracia: Sociologia. Dominação da classe capitalista,
               detentora dos meios de produção, circulação e distribuição de riquezas,
               sobre a massa proletária, mediante um sistema político e jurídico,
               que assegura àquela classe, o controle social e econômico."
               (Aurélio Buarque de Holanda, Dicionário)
 


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

RELIGIÃO: Catolicismo e nazismo de mãos dadas


Na Igreja Católica Apostólica Romana é perfeitamente aceito ser fascista, nazista e racista, mas não comunista, pela bula papal do papa nazista Pio XII, denominado "o papa de Hitler". A colaboração entre a Igreja Católica e os nazistas é algo conhecido já de tempos, inclusive no cinema soviético, que retratou-a brilhantemente no filme "A queda de Berlim"(1948), numa conversa entre Hitler e Arsenigo. Com um vasto acervo bibliográfico provando a colaboração entre a Santa Sé e o III Reich, há quem negue-a, alegando se tratar de "propaganda comunista" ou "marxismo cultural". Em 2010, o papa Bento XVI pediu desculpas pelo apoio da Igreja Católica ao nazismo, admitindo-a tacitamente, algo que este artigo bem elucida.



A cumplicidade da igreja com o nazismo e o fascismo
Por Steve

Hitler e o cardeal Arsenigo

A igreja apóia ativamente o crescimento do fascismo na Europa. Em Portugal, ela apóia Salazar. O cardeal Cerejeira (amigo do ditador) chega a dizer que Salazar a tinha a missão divina de governar Portugal.Na Áustria, a igreja apóia o Austro-Fascismo de Dollfuss e Schuschnigg.O primaz Innitzer é o principal apoiante do regime. Innitzer mais tarde apoiaria a "Anschluss" nazista.

Na católica Polônia, a igreja apóia Pilsudski (e sucessores). O regime polaco anexa partes da Ucrânia e Bielorússia e promove a aculturação forçada das 2 nações. Os idiomas (ucraniano e bielorrusso) e a igreja ortodoxa são proibidos. Vários ortodoxos (inclusive padres) são presos e executados. Igrejas ortodoxas são destruídas pelos "piedosos católicos poloneses". Essa repressão duraria quase 20 anos (só pararia com a invasão da Polônia em 1939). O Vaticano foi conivente com a opressão. Essa opressão contra a minoria ucraniana serviria de pretexto mais tarde para o Exército Insurgente Ucraniano (Ukrainska Povstanska Armiya, ou UPA) promover o massacre de 100000 poloneses em Volinia (incluindo crianças e padres) em 1944.

Na Itália, a igreja assina com o Mussolini uma concordata que faz do catolicismo a religião de estado. A igreja sacrifica em grande parte as suas próprias associações (inclusive o Partido Popular de Sturzo, no intuito de ajudar Mussolini consolidar sua ditadura): todas, exceto a Ação Católica, devem integrar as organizações fascistas. O Vaticano promete a Mussolini de fazer com que a AC não se deixe tentar por ações antifascistas. Mussolini, depois de ter assinado a concordata dita "Patti Lateranensi", é qualificado pelo papa como "o homem da providência". Em 1932, o ditador recebe das mãos do papa, a Ordem da Espora de Ouro, que é a mais alta distinção concedida pelo Estado do Vaticano. O Vaticano apoiaria a invasão italiana na Abissínia, sob protexto de que os soldados italianos estavam levando valores cristãos. Estes bons "soldados de Cristo" cometem inúmeras atrocidades contra os "bárbaros" da Abissínia, como por exemplo, o uso de gás mostarda.

Na Alemanha, em março de 1933, o Zentrum, partido católico, cujo líder é um padre (Ludwig Kaas), vota a favor de plenos poderes para Hitler (A lei habilitante, que se aprovada no parlamento, daria poderes ilimitados ao Executivo): Hitler pode assim atingir a maioria de dois terços necessária instituir uma ditadura. Com uma caridade toda cristã, o Zentrum (e o Vaticano) aceita também fechar os olhos pros crimes nazistas. Depois a igreja começa a negociar uma concordata com a Alemanha: nesse cenário, ela sacrifica o Zentrum, então o único partido significativo que os nazistas não tinham proibido. Na realidade ele tinha-o ajudado a chegar ao poder. Em 5 de julho de 1933, o Zentrum se dissolve sob solicitação do Vaticano (cujo Secretário de Estado era Pacelli, futuro Pio XII), deixando o caminho livre para o NSDAP de Hitler, então partido único (A Alemanha assinou a Concordata com o Vaticano em virtude dos votos importantes do Zentrum. Em suma, foi um clientelismo).Hitler declara-se católico no "Mein Kampf", o livro onde ele anuncia o seu programa político. Também afirma que está convencido ser ele um "instrumento de Deus". A igreja católica nunca colocou no seu Índex o "Mein Kampf"(ao contrário dos livros de Rousseau,Sartre,Pascal e Voltaire), mesmo antes da ascensão de Hitler ao poder. Podemos acreditar que as idéias de Hitler não desagradavam à igreja. Hitler mostrará o seu reconhecimento tornando obrigatória uma prece a Jesus nas escolas públicas alemãs, e reintroduzindo a frase "Gott mit uns" (Deus está conosco) nos uniformes do exército alemão. Hitler também foi apoiado pela igreja protestante, a ponto dessa igreja criar o movimento nazi-protestante chamado "Deutsche Christen" liderado pelo pastor Ludwig Müller. Müller e outros religiosos (católicos e protestantes) se tornariam membros do NSDAP. O bispo Alois Hudal (membro do NSDAP), publica um livro que concilia vários aspectos do catolicismo com o nazismo. Ele defende visão arianizada do cristianismo. Hudal nunca foi condenado pelo Vaticano. Hudal mais tarde ajudaria nazistas a fugir da Europa.

Na Espanha, os militares tentam um golpe de estado, que aborta, mas degenera em guerra civil. A igreja os apóia, padres e bispos benzem os canhões de Franco, celebram com muita pompa e Te Deum as suas vitórias contra o governo republicano legítimo (que havia acabado com os privilégios do clero). A guerra faz mais de um milhão de mortos, e Franco fuzila todos os prisioneiros. Franco se mostrará reconhecido por seus santos aliados, nomeando diversos membros da Opus Dei para o seu governo. A influência da Opus Dei crescerá ao longo da ditadura franquista, ao ponto de se chegar a mais de metade dos ministros serem membros dessa venerável instituição católica. Franco proíbe todas as religiões, com a exceção óbvia do catolicismo. A minoria protestante sofreria anos de perseguição por parte do piedoso regime franquista. O Vaticano nunca condenou essa perseguição.

Na Eslováquia (fantoche nazista), o piedoso padre Jozef Tiso assume o poder e promove uma violenta perseguição de opositores, ciganos e judeus (parte das vítimas foi deportada pra Auschwitz). O Vaticano jamais excomungaria este sacerdote exemplar (ao contrário de padres que defendem camisinha, aborto, fim do celibato clerical etc.). Tiso ajudaria Hitler a invadir a católica Polônia. O Vaticano não condena os 2 ditadores, pois ficou sabendo que a Polônia invadida serviria de base pra uma futura invasão à URSS (odiada pela igreja).A Polônia foi literalmente traída pelo Papa.

Na França (Vichy), a igreja declara que "Petain é a França": ela prefere de fato o Trabalho-Família-Pátria de Vichy ao Liberté-Égalité-Fraternité da República, que sempre a horrorizaram. Pétain suspende a laicidade do Estado instituida em 1905 e restabelece os privilégios clericais. Em retribuição, o clero fecha os olhos pros abusos do regime de Pétain.

Na Bélgica, a igreja católica apóia o movimento fascista "Rexisme" (nome derivado de Christus Rex) chefiado pelo devoto Leon Degrelle. Degrelle acabaria influenciado mais tarde pelas idéias de Hitler. Durante a 2ª guerra, Degrelle vira oficial nazista e chefia as SS Wallonie, com a presença de capelães. O padre Cyriel Verschaeve se torna capelão das SS Langemarck (formada por belgas flamengos). Estes 2 católicos exemplares fugiriam da Bélgica (seriam condenados por colaboracionismo) e viveriam no exterior pro resto de suas vidas.

Na Croácia, a "Ustasha"(fantoche nazi), a igreja apóia plenamente (e ativamente) os crimes de Ante Pavelic (líder Ustasha). Cerca de 1000000 de pessoas (sérvios, ciganos, judeus, croatas antifascistas etc.) seriam brutalmente assassinadas. Os terríveis crimes Ustasha chocariam até mesmo os nazistas, aliados de Pavelic.Os padres cooperam com o genocídio promovido pelos Ustashas. Os piedosos padres também promovem a conversão forçada dos sérvios (cristãos ortodoxos) ao catolicismo, sob ameaça de tortura e morte. Várias igrejas ortodoxas são destruídas e o clero ortodoxo sofre terríveis atrocidades por parte dos piedosos Ustashas.O regime de Pavelic constrói o terrível campo de extermínio de Jasenovac, cujo comandante era o sádico padre franciscano Filipovic (O "Irmão Satan"). Os guardas de Jasenovac executam as vítimas friamente com facas, machados, marretas e outros métodos cruéis. O franciscano Brzica, um guarda de Jasenovac, degola mais de 1000 prisioneiros. A crueldade Ustasha(e a cumplicidade dos padres) jamais seria condenada pelo primaz Stepinac (aliado de Pavelic. Stepinac acabaria beatificado pelo Vaticano em 1998) e nem mesmo pelo Vaticano do Papa Pio XII. Pavelic e outros piedosos Ustasha conseguiriam fugir da Europa pós-guerra com a santa ajuda do Vaticano. Até hoje, o Vaticano nunca pediu perdão por sua cumplicidade com Pavelic. (a cumplicidade católica com Pavelic lhe renderia mais tarde um processo  http://www.vaticanbankclaims.com/)

Na Eslovênia, o bispo Gregory Rozman chefia uma terrível milícia pró-nazi. Rozman acabaria fugindo de seu país, procurado como criminoso de guerra (a exemplo do piedoso bispo Ustasha Ivan Saric).

Durante a 2ª guerra mundial, o Vaticano estava ciente das atrocidades nazistas. O papa Pio XII pensou em condenar os nazistas, mas desistiu por causa de seu anticomunismo ferrenho e achando que uma vitória russa seria pior (o Vaticano chegou a considerar a invasão da URSS por Hitler uma ?cruzada contra o bolchevismo ateu?). Na rádio-mensagem de Natal de 1942, Pio XII critica o comunismo, ao contrário de Hitler e seus serviçais (Tiso,Pavelic, Pétain,Franco,Mussolini etc.). Ele falou em sua mensagem natalina das ?centenas de milhares de pessoas que sem culpa nenhuma da sua parte, às vezes só por motivos de nacionalidade ou raça, se vêem destinadas à morte ou a um extermínio progressivo?, porém ele não citou as vítimas e nem os carrascos nazistas. Em 1943, os nazistas ocupam Roma. O terror nazista chega diante das portas do Papa. Eles perseguem judeus, comunistas e outros grupos. Em 23 de março de 1944 um grupo de guerrilheiros atacou um comando nazista e matou 33 invasores. Este ato heróico foi duramente criticado pelo Vaticano e definido como terrorismo. A resposta alemã foi assassinar friamente 335 italianos nas Fossas Ardeatinas sob o comando de Erich Priebke. A Santa Sé simplesmente se lastimou pelas pessoas sacrificadas "em lugar dos culpados". Em outras palavras, o Papa não se oporia se os fuzilados fossem os membros da resistência italiana. A preocupação de Pio XII não era com as vítimas dos nazistas, ou com a ocupação nazi, mas com os partisans que lutavam pela libertação da Itália. Temia que uma abrupta saída dos alemães pudesse deixar a cidade nas mãos da resistência comunista. Apesar disso, o Vaticano ajudaria alguns perseguidos pelos nazistas quando viu que a derrota alemã era iminente. Depois da guerra, o Vaticano ajudaria Mengele, Eichmann, Priebke e outros nazistas a fugirem da Europa através das "Ratlines".

A igreja apoiou também ditaduras na América Latina e África. Na Argentina, a igreja colaborou com a repressão, a ponto de padres cooperarem com a tortura e morte de opositores, inclusive nos vôos da morte, onde os opositores eram atirados ao mar. A igreja também apoiou a repressão de minorias (testemunhas de Jeová e gays, por exemplo). Católicos dissidentes, a exemplo do bispo Angelelli, das freiras francesas e dos padres palotinos, foram mortos perante o silêncio cúmplice da igreja. O núncio Pio Laghi foi um notável apoiante da repressão na Argentina, além de ter tido amizado com a cúpula militar. A igreja apoiou também Pinochet, Somoza, Stroessner, Trujillo e outros fascistas da região. Em Ruanda, padres e freiras cooperaram com o genocídio local. (houve cumplicidade também de líderes de igrejas protestantes e adventistas). O Vaticano jamais excomungou os religiosos envolvidos no genocídio, além de proteger alguns deles.


*Seria bom lembrar que o Vaticano, que foi conivente com o nazifascismo, condenaria diversas vezes o comunismo e outros sistemas políticos "heréticos", a ponto de pedir pros católicos residentes em países comunistas e laicos pra que promovessem rebeliões, desobediência civil, e outras formas de resistência aos governos vigentes. O Vaticano apoiou os "Cristeros" contra o governo mexicano, o sindicato Solidariedade de Lech Walesa contra os comunistas poloneses, a revolta anticomunista na Hungria em 1956 etc.


Extraído de: http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2013/01/515242.shtml
Por sugestão de "Stefano"


Vídeo revela fotos e fatos sobre o fascismo de batina

https://www.youtube.com/watch?v=91PyhdmvCps

Tirinha do dia!


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Depoimento de um catador de papelão de BH sobre a copa de 2014


Anticomunismo é terrorismo! Por Vladimir Tavares

Fogueira de livros na Hungria em Budapeste, 1956, empreendida por anticomunistas
Fogueira de livros na Alemanha Nazista, nos anos 30, empreendida por anticomunistas
Muitas são as fontes que comprovam o ridículo do anticomunismo, 5, 50, 100, 300 milhões[1], números astronômicos que traduzem o desespero daqueles que, sem resolver os problemas de milhões de trabalhadores em todo mundo, condenando os povos à miséria material e espiritual, fazem o possível para sufocar todas as alternativas de mudança e revolução social, empreendendo técnicas avançadas de terrorismo psicológico contra a coletividade.

O fato, entretanto, é que estes propagandistas nada mais são do que lobos em pele de cordeiro, falando em "censura" e "falta de liberdade de expressão" em países buscam sistemas econômico-sociais alternativos, criminalizando movimentos sociais e até mesmo perseguindo indivíduos que ousam desafiar o sistema e desmascarar publicamente a sua ideologia e prática podre, como Julian Assange, autor do "Wikileaks".

Sem dúvidas, umas mentiras mais populares é o mito das "milhões de vítimas do comunismo", que de tão ridículo oscila entre 3 e 300 milhões de mortos, variando de acordo com o desequilíbrio psicológico deste ou aquele propagandista anticomunista, ausentes de quaisquer evidências comprobatórias.

Sem dúvidas, chocaria a muitos saber que só na Era Stalin, por exemplo, à qual é atribuída a maioria das "mortes", a população soviética cresceu em aproximadamente 45 milhões de pessoas, mesmo com a II Guerra Mundial, que na URSS vitimou entre 24 e 30 milhões de pessoas(repare que aqui há uma margem de erro, sem no entando falar em cifras astronômicas.

Segundo as estatísticas, na Era Stalin a população da URSS aumentou em cerca de 45 milhões de pessoas
De acordo com o CIA Factbook, um livro da CIA elaborado a partir da coleta de dados, em 1990 a população da URSS em Julho de 1990 era de 290,938,469 pessoas, excluindo-se os países bálticos, isto é, Letônia, Estônia e Lituânia, que somavam aproximadamente 10 milhões de pessoas. A taxa de crescimento populacional era de 0.7%, superior à de muitos países desenvolvidos da época, a taxa de alfabetização era de 99% e a força de trabalho era de 152,300,000 de civis, com carência de mão de obra especializada.[2]

Embora a burguesia continue repetindo ad infinitum que "o comunismo matou milhões", o que logicamente apontaria um decrécimo populacional na URSS, na realidade foi o inverso que ocorreu. Esta é a tabela oficial da demografia soviética[3]:

January 1897 (Rússia):125,640,000
1911 (Rússia):167,003,000
January 1920 (Rússia):137,727,000*
January 1926 :148,656,000
January 1937:162,500,000
January 1939:168,524,000
June 1941:196,716,000
January 1946:170,548,000**
January 1951:182,321,000
January 1959:209,035,000
January 1970:241,720,000
1985:272,000,000
July 1991:293,047,571

*Diz respeito aos dados da RSFSR, novo Estado surgido após a desintegração do Império Russo, que abrangia mais 30 milhões de habitantes(18 milhões de poloneses, 3 milhões de finlandeses, 3 milhões de romenos, 5 milhões de bálticos e 400 mil cidadãos perdidos para os turcos). 
**Diz respeito às perdas da II Guerra Mundial na URSS, estimadas entre 25 e 30 milhões de vítimas, mais 1,5 milhões em mortalidade infantil.

Gráfico do crescimento populacional no antigo Império Russo, RSFSR e URSS[4]Esses dados corroboram a mitologia anticomunista, que vomita a cada dia números absurdos sobre "milhões de vítimas do comunismo", eles são a espada que estraçalha toda a rede de mentiras que são repetidos ad infinitum com o objetivo de demonizar a ciência marxista-leninista e, tal como estupradores fascistas, sufocar nobres idéias.

Nenhum espaço deve ser dado para o anticomunismo nas faculdades, escolas, redes sociais ou na sociedade em aberto. É necessário denunciar a rede de mentiras criados por estes indivíduos que, tal como vermes, destróem a mente humana e mutilam seu senso crítico. Anticomunismo é terrorismo!

[1] Ver http://apaginavermelha.blogspot.com/2011/02/historia-afinal-quantos-milhoes-o.html
[2] CIA Factbook 1990 Em 10/04/2009
[3] Andreev, E.M., et al.Naselenie Sovetskogo Soiuza, 1922-1991. Moscow, Nauka, 1993.
[4] Ibid

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O Quê Deve Ser um Jovem Comunista (fragmento)


[...]
Quero formular agora, companheiros, qual é a minha opiniom, a visom de um dirigente nacional das ORI, do que é que deve ser um jovem comunista, a ver se estivermos de acordo todos.
Eu acho que o primeiro que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que sente por ser um jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar perante todo o mundo a sua condiçom de jovem comunista, que nom o vira para a clandestinidade, que nom o reduz a fórmulas, mas que o exprime a cada momento, que lhe sai do espírito, que tem interesse em demonstrá-lo porque é o seu símbolo de orgulho.
Junto disso, um grande sentido do dever para a sociedade que estamos a construir, com os nossos semelhantes como seres humanos e com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Ao pé disso, umha grande sensibilidade ante todos os problemas, grande sensibilidade face à injustiça. Espírito inconforme cada vez que surge algo que está mal, tenha-o dito quem o dixer. Pôr em questom todo o que nom se perceber. Discutir e pedir aclaraçom do que nom estiver claro. Declarar a guerra ao formalismo, a todos os tipos de formalismo. Estar sempre aberto para receber as novas experiências, para conformar a grande experiência da humanidade, que leva muitos anos a avançar pola senda do socialismo, às condiçons concretas do nosso país, às realidades que existem em Cuba. E pensar -todos e cada um- como irmos mudando a realidade, como irmos melhorando-a.
O jovem comunista deve tentar ser sempre o primeiro em tudo, luitar por ser o primeiro, e sentir-se incomodado quando em algo ocupa outro lugar. Luitar sempre por melhorar, por ser o primeiro. Claro que nom todos podem ser o primeiro, mas sim estar entre os primeiros, no grupo de vanguarda. Ser um exemplo vivo, ser o espelho onde podam olhar-se os homens e mulheres de idade mais avançada que perdêrom certo entusiasmo juvenil, que perdêrom a fé na vida e que ante o estímulo do exemplo reagem sempre bem. Eis outra tarefa dos jovens comunistas.
Junto disso, um grande espírito de sacrifício, um espírito de sacrifício nom apenas para as jornadas heróicas, mas para todo o momento. Sacrificar-se para ajudar o companheiro nas pequenas tarefas e que poda cumprir o seu trabalho, para que poda cumprir com o seu dever no colégio, no estudo, para que poda melhorar de qualquer maneira. Estar sempre atento a toda a massa humana que o rodeia.
Quer dizer: apresenta-se a todo jovem comunista a tarefa de ser essencialmente humano, ser tam humano que se aproxime ao melhor do humano, purificar o melhor do homem por meio do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade continuada com o povo e com todos os povos do mundo, desenvolver ao máximo a sensibilidade até se sentir angustiado quando um homem é assassinado em qualquer canto do mundo e para se sentir entusiasmado quando em algum canto do mundo se alça umha nova bandeira de liberdade.
O jovem comunista nom pode estar limitado polas fronteiras de um território, o jovem comunista deve praticar o internacionalismo proletário e senti-lo como cousa de seu. Lembrar-se, como devemos lembrar-nos nós, aspirantes a comunistas cá em Cuba, que somos um exemplo real e palpável para toda a nossa América, para outros países do mundo que luitam também noutros continentes pola sua liberdade, contra o colonialismo, contra o neocolonialismo, contra o imperialismo, contra todas as formas de opressom dos sistemas injustos. Lembrar sempre que somos um facho acesso, que somos o mesmo espelho que cada um de nós individualmente é para o povo de Cuba, e somos esse espelho para que se olhem nele os povos da América, os povos do mundo oprimido -que luitam pola sua liberdade. E devemos ser dignos desse exemplo. Em todo o momento e a toda a hora ser dignos desse exemplos.
Isso é o que nós julgamos que deve ser um jovem comunista. E se se nos dixesse que somos quase uns románticos, que somos uns idealistas inveterados, que estamos a pensar em cousas impossíveis, e que nom se pode atingir da massa de um povo que seja quase um arquétipo humano, nós temos de contestar, umha e mil vezes, que sim, que sim se pode, que estamos no certo, que todo o povo pode ir avançando, ir liquidando intransigentemente todos aqueles que ficarem atrás, que nom forem capazes de marcharem ao ritmo a que marcha a revoluçom cubana. Tem de ser assim, deve ser assim, e assim é que será, companheiros, será assim, porque vocês som jovens comunistas, criadores da sociedade perfeita, seres humanos destinados a viver num mundo novo de onde terá desaparecido de vez todo o caduco, todo o velho, todo o que representar a sociedade cujas bases acabam de ser destruídas.
Para atingirmos isso cumpre trabalhar todos os dias. Trabalhar no senso interno de aperfeiçoamento, de aumento dos conhecimentos de aumento da compreensom do mundo que nos rodeia. Inquirir e pesquisar e conhecer bem o porquê das cousas e colocar sempre os grandes problemas da Humanidade como problemas próprios.
Dessarte, num momento dado, num dia qualquer do anos que venhem -após passarmos muitos sacrifícios, sim, depois de termo-nos porventura visto muitas vezes à beira da destruiçom- após termos porventura visto como as nossas fábricas som destruídas e de tê-las reconstruído de novo, depois de assistirmos ao assassinato, à matança de muitos de nós e de reconstruirmos o que for destruído, ao fim de isso tudo, um dia qualquer, quase sem repararmos, teremos criado, junto dos outros povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal.(Che)